sábado, 2 de julho de 2011

MISERICÓRDIA


Ao fim de minha jornada, curvo-me e imploro teu perdão
Neste deserto infinito em que se encontra minha alma,
Que por anos viveu desiludida na miséria desgraçada
De não provar de outro destino que não fosse solidão.


Não merecia tua beleza casta, de sorriso transparente.
Preferi viver chorando a vontade de viver-te.
Cruel foi meu destino de amar-te sem saberes
Meu receio maldito, submerso, inconsciente.


Perdoa, que te amei por anos em silêncio,
E não me preocupei em pensar na tua espera.
Apenas saciei-me nos desejos e tormentos.


Tracei meus vãos instantes no incerto sentimento
Que guardei dentro no peito, na saudade que era eterna
De sentir o teu abraço neste último momento...

(Vanessa Rodrigues)

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