Conheço desde criança as tuas margens.
As noites à luz de estrelas e pirilampos
Ficavam aterrorizantes com as viagens
Fantasiosas à beira de campos indígenas.
Os xavantes, que andavam várias léguas,
Transpunham-te a fim de ganharem frangos...
As matrinchãs que subiam as tuas águas
Alegraram as folgas de tantos domingos...
Quando te conheci já haviam te cortado
Numa mão única de concreto exuberante.
Mas ainda era desconhecido nestes lados
Industrializados que só enxergam montantes.
Ontem a tua beleza se anunciou pelos cantos.
Numa fantástica surpresa pude ver a Cachoeira,
E relembrar muitos de teus saudosos encantos
Capazes de livrarem meus olhos da poeira.
(Wesley Rezende)
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