sábado, 7 de maio de 2011

Devagarinho...



 
 
Devagarinho, caminho por cada rua que vivi com você...
Meu cheiro misturado com o seu,
Está em cada esquina,
Em cada banco de praça,
Em cada calçada adornada...
Adornada de lembranças, que são, para mim, valiosa herança.

Devagarinho, ouço aquela música tomando uma taça de vinho.
Sinto meu corpo queimar, quimera, pois não passa de primavera...
O verão que marcou aquela música, aquele vinho, já era...
Era que marcou o romance mais ávido, do sol mais dourado e do amor mais sagrado!

Devagarinho, abro as portas do passado,
Passado ainda presente, que a dor veemente insiste em ficar.
Você foi como uma linda e longa viagem de trem...
Chegou, lindamente ficou e tristemente partiu...

Será que ainda é vivo nesse mundo?
Será que casou-se e teve filhos?
Ora, foi mesmo uma viagem...
Daquelas que os personagens não morrem...
E nunca deixam de existir.

((( Camila Senna )))

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