domingo, 3 de dezembro de 2023

Insustentável

  Basta ligar a televisão ou pesquisar em portais de notícias de confiança e ela estará lá, nos observando com olhos famintos: A extinção. A M0rt3. Não é preciso ser um gênio para perceber que construímos uma sociedade globalizada onde poucos acumulam lucros e muitos amargam consequências, não apenas financeiras, de termos um mundo equilibrado na corda bamba do capitalismo e da superexploração de recursos naturais. Ondas de calor, inundações, incêndios, tempestades e doenças. Vivemos as consequências de um projeto que começou séculos atrás, quando pela primeira vez alguém cercou um pedaço de terra e atribuiu a si mesmo a propriedade daquele espaço. Ao entender a Terra e os recursos naturais como propriedade, o ser humano se desvinculou de sua mãe primordial e partiu rumo às aventuras da acumulação (de dinheiro e poder). De filhos da Terra, tornamo-nos usurpadores impiedosos. Talvez, se a propriedade não existisse, muito do que conhecemos hoje ainda nem sonharia em ser desenvolvido, haja vista que tudo é uma consequência de um fato social anterior e até mesmo as guerras foram responsáveis por saltos tecnológicos. Mas estaria tudo bem. Talvez nossos trabalhos ainda fossem mais embrutecidos e manuais, todavia nossa sensação de realização no final do dia seria outra, conheceríamos uma felicidade intensa, simples e verdadeira. E não estaríamos vivenciando a superpopulação e o desequilíbrio ecológico. A triste verdade é que nossa existência, do modo que conhecemos, é insustentável. Ou partimos para uma revolução ecossocialista ou pereceremos. Infelizmente, não acredito que o ser humano tenha condições de saber o melhor para si - vivendo como se nada extraordinário ocorresse todos os dias, empurra para as gerações futuras os problemas causados em nome do lucro e, quando ocorrem tragédias, culpam o destino. Desejam uma solução para novos problemas seguindo hábitos arraigados e estúpidos. Por aqui, sigo observando, sem um pingo de orgulho do mundo que estamos nos preparando para entregar aos nossos jovens, sigo desejando uma (r)evolução ecossocialista que coloque a vida, e não o lucro, no centro da sociedade. A esperança é a última, que morre. Sigamos.




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