terça-feira, 28 de julho de 2020

CAIPORA JURURU

CAIPORA JURURU

Homem branco

não sabe fazer sinal de fumaça, bota fogo na mata.

O lume clareia a escureza na mata virgem,

pinta de sangue o céu,

vira cinza o verde do mundo,

enluta o coração aborígene.

Cari babaquara,

caipora jururu.

A água do rio vai e não volta,

os bichos fogem para lugar nenhum,

a caça rareia, a fome veio para ficar

e o índio também não tem onde morar.

Cari babaquara,

caipora jururu.

A mãe terra vira areia,

índia bonita não tem aonde a sua beleza banhar.

Homem branco tinha que ficar no seu lugar.

Cari babaquara,

caipora jururu.

 Mario Rezende


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