"Seguir
o impulso de alguém é escravidão, mas obedecer a uma lei auto-imposta é
liberdade".
Nascido em Genebra, na Suíça em 26 de Junho
de 1712, ficou órfão devido à complicações sofridas pela mãe durante o parto.
Pouco conviveu com o pai, que fugiu da cidade para não ser preso devido a uma
briga.
Criado pelo tio foi mandado, juntamente com
o primo, para o campo onde recebeu educação, que foi ministrada por um pastor protestante.
Seu primeiro emprego, aos 12 anos, foi em
um cartório, onde devia aprender sobre leis preparando-se para a profissão de
advogado. Não gostando do emprego, acaba sendo demitido.
Foge aos 16 anos, indo viver com Madame de
Waren, ex-protestante que recebe do rei Victor Amadeus II, da Sardenha e
Piemonte, uma pensão por tornar-se católica e dedicar-se a beneficência.
Permanece por pouco tempo, sendo mandado a Turim para a Catequese e conversão
ao catolicismo Abandonando o emprego que havia conseguido na cidade, viaja com
um antigo amigo. Em 1729 está novamente em casa de Louise, onde ajuda em sua
farmácia natural. Passa a estudar em um seminário, indo para a casa somente aos
fins de semana.
Por pedido de Louise acompanha um maestro
idoso que deveria ir até Paris, abandonando-o no caminho quando este sofria um
ataque de epilepsia. Ao voltar para casa, não encontra Louise, que havia
viajado a Paris em busca de nova pensão, pois o Rei Victor Amadeus havia
abdicado do trono. Passa a viver como professor de música em Paris, até 1732,
quando volta a viver com Louise, desta vez na cidade de Chambéri, tornando-se
seu amante. Trabalha nesse período em um escritório fiscal. Desse período datam
seus primeiros escritos. Adoece e acreditando sofrer de um problema cardíaco,
viaja para Montpelier, em busca de tratamento. Não chega até lá, sendo “curado”
por um romance. Volta para casa e tem que dividir os amores de Louise com outro
homem. Em 1740 viaja para tutorar duas crianças. Abandona Louise
definitivamente. Em 1741 vai para Paris, onde consegue alunos de música graças
às cartas de recomendação obtidas com o abade de Mably.
Torna-se amigo de Diderot, que à época era
apenas um jovem filósofo, e também aproxima-se da nobreza. Por indicação,
torna-se secretário da embaixada francesa em Veneza, cargo que ocupou entre
1744 e 1745.
Seu pai morre em 1746, deixando-lhe uma
pequena herança. Amplia seu círculo de amigos intelectuais, e a convite do
amigo Diderot e de Jean d’Alambert escreve os verbetes de música para o Dicionário
Enciclopédico que ambos preparavam.
Em 1745 passou a morar com Thérèse Le
Vasseur, com quem teve cinco filhos, todos enviados para um orfanato. Torna-se
secretário da família Dupin.
Participa de um concurso na Academia de
Djon. Sua obra “Discurso sobre as ciências e as Artes” (1750) o torna famoso.
Sua situação de saúde torna-se complicada e ele pensa em viver recolhido à
partir de então. Isso já não é possível, uma vez que o sucesso trouxe-lhe a
atenção de várias pessoas.
Em 1754 passa por Genebra e pensa em voltar
a morar ali, porém antes que o faça, uma obra sua é publicada e mal recebida
por seus compatriotas.
Entre 1754 e 1761 muda-se freqüentemente, e
dedica-se a muitos trabalhos, desde operetas a tratados como “O Contrato
Social”. Após a publicação do Contrato Social, passa a ser perseguido pelo
Parlamento Inglês, por motivos políticos, refugiando-se então na Suíça. Em
1768, devido a vários incidentes, rompe a amizade com Diderot e os
enciclopedistas.
Volta à França em 1767, inicialmente com o
nome Renou, e tempos assumindo seu verdadeiro nome em 1770.
Faleceu em Ermenonville,França, em 2 de julho de 1778.
Alguns pontos de sua teoria política:
-A desigualdade é um fato irreversível.
-Questionamento: O que leva um homem a
obedecer outro homem? Com que Direito um homem exerce autoridade sobre o outro?
-Vê a liberdade como resultada da lei,
quando livremente aceita.
-Liberdade é ao mesmo tempo direito e
dever: “Todos nascem homens e livres”, renunciar a liberdade seria para o
filosofo o mesmo que renunciar a condição humana.
-Em seu Contrato Social, o estado é criado
para preservar os direitos e deveres do homem, não significando necessariamente
a renúncia desses direitos e deveres.
-Religião: Rousseau não é hostil à
religião,embora tenha algumas restrições.;
Para ele, há dois tipos de religião: a do
homem (que pode ser hierarquizada ou individual) e a do cidadão.
-Religião do homem hierarquizada:
Multinacional, compete com o estado pela lealdade do cidadão. O cristianismo
evangélico, centrado na adoração a Deus seria exemplo de religião do homem não
hierarquizada. Apesar de verdadeira, essa religião é ruim para o estado, pois o
cristão mostra-se mais preocupado com a vida futura (Eterna, celeste) do que
com a vida na terra o que o torna omisso como cidadão e em geral forma mals
soldados.
-Religião do cidadão ou religião civil:
ensina o amor à pátria,obediência ao estado. Forma bons soldados. É manipulada
por interesses, fazendo o homem crédulo, supersticioso e extremamente
nacionalista e sanguinário.
Solução? Permitir todas as religiões, desde
que estas ensinem apenas “A existência de uma divindade onipotente,
inteligente, benevolente que prevê e provê; uma vida após a morte; a felicidade
do justo; a punição dos pecadores; a sacralidade do contrato social e da
lei". Devendo o estado banir e penalizar qualquer um que fuja a estes
parâmetros.
Principais Obras:
-“Discurso sobre as Ciências e as Artes”
(1750)
-“Discurso sobre a origem da desigualdade”
(1755)
- “Discurso sobre a economia política”
(1755)
- “O Contrato Social” (1762)
-“Emilio, ou Da Educação” (1762)
-“Devaneios de um Caminhante Solitário”
(1776-1778)
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