Olho
para trás e posso ver as cores do tempo que se passou: O verde broto da
infância, delicado, inocente e cheio de esperanças. As alegres cores do
florescer róseo da juventude – lampejos sensuais e igualmente doces. Vivo agora
o outono de cores pálidas onde os sentimentos intensos da moça que fui vão, pouco
a pouco, caindo ao chão, como folhas secas ao vento, levadas de um canto para
outro, se desfazendo em pedaços que sujam insistentemente as calçadas. Vão
ficando espalhados como folhas despedaçadas a inocência, a esperança, os sonhos
– Mas observe: De tudo que os anos levam, há algo que permanece: O amor que
sinto por você sobrevive agarrado em minha alma como o broto agarra-se a um
ramo em dia de vendaval. Passam-se os anos e o amor continua a ser um broto
verde que trás esperança ao coração, uma flor que enfeita a vida, ilumina e a
cada dia, me mostra o verdadeiro motivo de estar aqui, de recomeçar, de renascer
juntamente com o Sol... Renascer com o luar... Muitos anos ainda se passarão até
que eu atinja o inverno da vida, e mesmo assim, quando as cores obscuras dominarem
meu espírito, quando todas as folhas já estiverem caídas ao chão, o amor
permanecerá em meu coração. Pois o amor é uma flor que desabrocha para nunca
mais secar e seus brotos sempre serão verdejantes, fortes! Invencíveis e
imortais brotos de amor, cheio de esperança, colorindo minha vida e dando força
e alegria ao meu coração, que ainda estará esperando por você em meio às últimas
nevascas que chegam pouco a pouco para finalizar uma vida mais ou menos longa.
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